sábado, fevereiro 09, 2008
Platão já dizia:
sexta-feira, fevereiro 08, 2008
uma carta a ler
Região de Leiria
A notícia publicada na edição de 8 de Fevereiro de 2008 intitulada "Reinvindicações de Alcobaça retiram TGV a Leiria", assinada por Carlos Almeida, é mais uma boa encomenda política da RAVE, entidade que em todo este processo do TGV já nos habituou a este tipo de comportamento.
Se é verdade que o jornalista apenas transcreve aquilo que é dito pelo administrador da RAVE, não seria despropositado que o mesmo jornalista perguntasse o porquê. "Porque é que Leiria deixa de ter uma paragem de TGV se o traçado não for este?" Era uma pergunta que faria toda a diferença e que tornaria a notícia muito mais séria. Porque é que, neste país, só os autarcas é que têm de explicar tudo, enquanto estes senhores administradores chorudamente pagos pelo Orçamento de Estado não explicam nada?
Pergunto eu. Afinal, o que é que Leiria quer? Não queriam ter uma boa ligação ao Aeroporto? Com o aeroporto em Alcochete e o TGV na Barosa, ter-se-á que passar primeiro por Lisboa para chegar ao aeroporto no TGV. Com uma estação de TGV a nascente de Leiria, a ligação ao Aeroporto passa a ser directa, sem passagem por Lisboa. Sei que existe uma certa obstinação do lobbie marinhense em colocar a estação na Barosa. Mas para esses tenho uma novidade: Os moldes metálicos não andam de TGV!
Não serei eu certamente a dizer aos leirienses o que é melhor para eles, mas uma Estação de TGV a nascente da capital de distrito tem imensas vantagens:
- aproxima o TGV de Fátima, maior destino turístico da região;
- coloca o TGV numa área mais central, onde, num círculo concêntico, abarca muito mais população;
- situa a Estação na confluência da A1 com a A8, vias de superior importância na Região;
Há um argumento também, por vezes, usado, que merece a minha gargalhada de desprezo: "o TGV na Barosa vai permitir a modernização da Linha do Oeste". Ora, por favor, sejamos razoáveis. Então, agora a modernização da Linha do Oeste não avança por falta de meios financeiros e vai avançar quando o país tiver esbanjado avultados meios financeiros na construção do TGV? Não há pachorra para tanta imbecilidade!
Lamento que, com este tipo de notícia só se consiga atirar Leiria contra Alcobaça. Nada nos move contra a capital de distrito. Só estamos a defender os nossos interesses.
Cumprimentos
Eduardo Nogueira
TGV: Comboio que rasga passagem é "vizinho indesejado" para moradores de Pombal e Alcobaça
6 de Fevereiro de 2008, 14:54
** Paulo Jorge Agostinho (texto) e Paulo Novais (fotos), Agência Lusa **
Leiria, 06 Fev (Lusa) - A futura linha do TGV entre Alenquer e Pombal é vista como uma "intrusa" e uma "vizinha indesejada" para quem passará a ter o comboio à porta das suas casas.
Em Pombal, uma capela, uma escola, uma exploração de caulino e várias casas estão em risco. Tudo depende da linha do mapa aprovado a traçar no terreno pelos engenheiros, a qual pode afectar até o cemitério de Almagreira.
O receio é do presidente da Junta de Freguesia de Almagreira, Fernando Matias, que, hoje, à Agência Lusa, admitiu que as movimentações de terra a fazer junto à linha irão afectar todos aqueles equipamentos.
"Nem os mortos escapam". O desabafo é de Celeste Cordeiro, moradora em Assanha da Paz, que poderá ver a linha ferroviária de alta velocidade nas traseiras da sua casa, nos campos onde agora tem uma pequena horta.
A linha de alta velocidade não pode ter inclinações superiores a dois graus e qualquer curva tem pelo menos cinco quilómetros de extensão, pelo que a margem de tolerância é mínima e os moradores já começam a saber disso, seja pelas Juntas de Freguesia, seja pela consulta do processo de avaliação de impacto ambiental.
"Dizem que aqui vai haver um aterro grande que rebenta com estas casas", disse à Agência Lusa Fátima Gomes, moradora em Barros da Paz, um pouco a norte da Assanha, e que vê com apreensão a possibilidade de perder a habitação onde vive.
"Os engenheiros já vieram aqui fazer medições, mas nunca nos disseram nada. Anda uma pessoa a gastar uma vida a fazer uma casa e agora, por causa de uns tipos de Lisboa, ficamos sem nada", afirmou Fátima Gomes, prometendo sair da vista da alta velocidade.
"Se o comboio passar aqui, vou para longe... Não quero saber mais nada disto", assegurou, olhando desanimada para a sua casa, construída há poucos anos de onde quase dá para ver o mar.
Para que a linha seja construída, serão feitas muitas movimentações de terras e várias obras de engenharia, um esforço que o presidente da Junta da Almagreira, Fernando Matias, considera ser "exagerado" para o retorno do novo meio de transporte.
Mais a sul, em Alcobaça, estão contabilizadas duas dezenas de casas que serão destruídas para que se poupe no tempo gasto de comboio entre as duas maiores cidades do país.
"Mas eu até nem costumo ir a Lisboa ou ao Porto, para que é que eu quero um TGV à porta?", perguntou Ângelo Alexandre, morador na Moita do Poço (freguesia de Turquel) que verá o comboio levar-lhe a oficina de automóveis, mas deixando-lhe a casa onde vive.
"Sé é para tirarem, ao menos que levem tudo para eu também tirar daqui a ideia", defendeu este ex-imigrante em França em declarações à Agência Lusa, contestando a proposta de uma linha ferroviária de alta velocidade para aquela zona.
"Se a querem construir, façam-na ao pé da auto-estrada, não aqui", acrescentou.
Adelino Dinis não vai perder uma casa, mas sim três: aquela onde vive, a que era dos pais e uma que era de um tio.
"É preciso pontaria". Entre um sorriso conformado e palavras de revolta, Adelino Dinis disse que vai ficar melhor do que os vizinhos, que conhece desde garoto. "Antes sair daqui do que ter esta coisa aqui ao lado e ter de viver com ela".
Quem também não está contente com o TGV é João Felizardo, que adquiriu há poucos anos uma casa antiga e restaurou-a com "todo o carinho e mimo".
"Tenho apartamento na Benedita mas decidi comprar isto para ir fazendo e restaurando a meu gosto. Mas agora já não sei o que fazer", lamentou este empresário de 53 anos.
Só no portão centenário, João Felizardo gastou "milhares de euros", a que se somam as pedras de lagares compradas em aldeias e toda uma panóplia de alfaias tradicionais que transformaram a casa térrea num pequeno museu à herança cultural local. "Eu escolhi isto pelo sossego e agora vou ter um TGV à porta. Quem é que queria uma coisa destas?".
Uns metros em direcção a Lisboa, já na freguesia vizinha da Benedita, os ânimos estão também ao rubro e os moradores prometem lutar com todas as armas contra uma linha indesejada, até porque obedece a critérios ambientais incompreensíveis para muitos.
"Eles fazem o desvio dos morcegos em Rio Maior, mas vão destruir a Ribeira do Mogo na Chiqueda, que é uma coisa única", alertou Joaquim Sousa, morador na Charneca do Casal do Guerra, que vai ter a linha junto ao limite da sua casa.
"Isto não faz sentido e eu ainda espero que alguém ponha a mão na consciência, porque podiam desviar a linha mil metros para o sopé da serra que não atingia ninguém", aconselhou.
Já a sua irmã, Maria de Sousa, vê o futuro mais negro e verá a sua casa destruída pelos comboios que vão unir Portugal a Espanha e ao resto da Europa.
Curioso é o facto do moinho que Maria Sousa restaurou ser uma das peças a preservar pelos técnicos da Rede de Alta Velocidade (RAVE), que definiram o corredor, enquanto a casa onde vive será destruída.
"Nunca ninguém me deu dinheiro para arranjar o moinho. E agora é ele que fica e eu é que tenho que me ir embora", afirmou, desiludida.
Perante a posição, aparentemente irredutível, dos técnicos, o seu sobrinho, Luís Sousa, dá uma receita que, acredita, até pode dar resultado: "Vamos todos de comprar moinhos velhos e encostá-los às nossas casas. Pode ser que, assim, elas se salvem".
Lusa/Fim
Nova ponte sobre o Tejo CDS-PP e PSD lamentam que estudo pedido por Mário Lino ao LNEC não englobe o TGV
Também o PSD lamenta que estudo pedido ao LNEC não englobe o TGV.
"Seria bom que fosse feito um estudo mais aprofundado relativamente à opção do TGV", disse à agência Lusa o deputado Belo Baptista, considerando que ao mandatar o Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC) para avaliar qual a melhor solução para a nova ponte sobre o Rio Tejo, o ministro Mário Lino "desautorizou" o primeiro-ministro.
Belo Baptista lembrou que quando anunciou a mudança da localização do futuro aeroporto internacional de Lisboa para Alcochete, o primeiro-ministro afirmou que a opção Chelas-Barreiro se mantinha para a terceira travessia do Tejo, apesar de o estudo da Confederação da Indústria Portuguesa (CIP) apontar como opção a ligação Beato-Montijo.
"O que vemos agora é o primeiro-ministro a ser desautorizado pelo despacho do ministro e uma decisão que era uma certeza transformada numa grande dúvida. Afinal o estudo (sobre a localização do aeroporto) tinha pés de barro", sublinhou.
O deputado do CDS-PP sustenta que uma obra desta importância para o País merece um tratamento diferente, com todos os estudos em cima da mesa, acusando o Governo de "anunciar à pressa" sem preparar bem o trabalho de casa.
PSD lamenta que estudo pedido ao LNEC não englobe o TGV
O deputado do PSD, Jorge Costa, lamenta que a avaliação relativa à nova ponte sobre o Tejo, pedida pelo ministro Mário Lino ao Laboratório Nacional de Engenharia Civil, não inclua as opções de entrada em Lisboa do comboio de alta velocidade.
"Pena é que o estudo comparado não envolva a análise das duas alternativas (pela margem sul ou norte) sobre a mesa de chegada a Lisboa do comboio de alta velocidade (TGV)", disse Jorge Costa à Agência Lusa.
O ministro das Obras Públicas, Mário Lino, mandatou o Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC) para avaliar qual a melhor solução para a nova ponte sobre o rio Tejo e se esta deve ser só ferroviária ou também rodoviária.
Publicação: 08-02-2008 07:59
sábado, fevereiro 02, 2008
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