quarta-feira, dezembro 06, 2006

3 dez. Dia da pessoa deficiente. Barreiras Arquitectónica. 9 anos com muito pouca acção

o artigo que abaixo transcrevo é da autoria do vereador da Cdu e a transcrição foi devidamente autorizada pelo autor:

O nosso edifício dos Paços do Concelho está bonito mas falta-lhe o elevador que esteve esboçado em 1999. Não podemos continuar a aceitar, por exemplo, que as pessoas deficientes ou pessoas idosas tenham que subir escadas para atingir o gabinete de Acção Social ou para irem à secção de taxas ou para tratarem doutro assunto qualquer. A Câmara dá um mau exemplo ao não encontrar soluções que estão estudadas e que vençam as chamadas barreiras arquitectónicas.
Inaugurámos, há 2 anos, a Adães Bermudes, com projecto do Arquitecto Manuel Ferro, que até está a concorrer a concurso nacional... Estou lá vários dias da semana, para verificar como não resolvemos o problema da mobilidade dos espaços. A entrada é feita por escadas e é impossível vencê-las sem haver um espectáculo indecoroso para quem tem que se movimentar em cadeira de rodas. Lembrei-me dos discursos políticos e dos respectivos compromissos do ano de 2004, que foi designado por “ano europeu da pessoa deficiente”. Lembrei-me duma declaração emotiva do referido Arquitecto, então, Chefe de Divisão de Obras particulares e agora, com mais responsabilidades - Director de departamento. A solução de entrada pelo portão não está em actividade. A entrada é feita, apenas, por escadas para quem quer ler ou utilizar os computadores, ir à CPCJ ou à rede social. O auditório tem escadaria…
Em 20 de Agosto de 2005 inauguraram a obra da zona envolvente ao Mosteiro. Quantas vezes alertei para esta temática desde que o 1º projecto foi apresentado em câmara?
Voltei aos meus escritos e recordei que, no dia 17.10.2003, aparece finalmente, a câmara a organizar algo inserido no dito ano europeu. No colóquio, o Dr. Gonçalves Sapinho participou, apenas, na sessão de abertura, fez autocrítica e voltou a comprometer-se: para o ano de 2004. Assegurou que se iam dar passos significativos.
Destaquei, então, do interessante colóquio:
1. A pessoa deficiente está consciente que não está só nesta luta
contra as barreiras arquitectónicas. Perceberam que têm os idosos (que felizmente vivem mais tempo), os doentes com problemas específicos e até pessoas saudáveis que temporariamente vivem estas dificuldades.
2. A autocrítica do Arq. Manuel Ferro que reconheceu publicamente
que não estava sensibilizado para esta frente. O antes do convite e pós convite com toda a investigação que fez para produzir o texto que leu.
3. A lentidão no despacho da Comissão de trânsito a um ofício do
CEERIA para criar um lugar de estacionamento para deficientes junto da Biblioteca.
4. As imagens da viagem de um alcobacense deficiente às praias, às
piscinas, passeios e edifícios públicos do nosso concelho...
Recordo porque é preciso ter memória e para acrescentar à lista da falta de eficácia da Câmara liderada pelo Dr. Gonçalves Sapinho... Aprovada, por unanimidade, uma proposta da CDU na reunião do dia 30.11.1998. Vou transcrevê-la:
Na próxima 5ª fª, dia 3 Dez., assinala-se o Dia Internacional dos Deficientes. Os seus problemas estarão na ordem do dia. Também pode ler-se o art. 15º da Declaração Europeia do Direito à Cidade (que anexei em recado na mesma reunião de 1998...)
A solidariedade do poder local para com quem está com incapacidades deve estar sempre na ordem do dia.
Proponho que a câmara delibere, hoje, que os respectivos serviços sejam mobilizados para:
- rampearem alguns lancis junto às passadeiras;
- que este trabalho seja metodicamente preparado, de forma a que, até final
de Março de 1999, todos os lancis do concelho, junto a passadeiras, estejam com uma parte rampeada;
- a reflexão e elaboração de propostas concretas, de forma a sensibilizar os
Projectistas particulares e da câmara a não esquecerem o objectivo do anular sistemático das barreiras arquitectónicas, que excluem alguns cidadãos do fraterno convívio em quase todos os lugares públicos.

O Presidente Sapinho ou o vereador das obras municipais deveria fazer um passeio com uma pessoa sua amiga, que tenha de circular com uma cadeira de rodas, quer nas envolventes do Mosteiro ou do cine-teatro quer no acesso a este edifico dos Paços do concelho ou da ex-escola Adães Bermudes. A lei 123/97 foi alterada recentemente. Mantém os princípios essenciais que devemos acelerar o seu cumprimento. Muito está para fazer, nomeadamente para os edifícios/espaços públicos. Alcobaça não pode continuar a ser um mau exemplo neste campo!

Rogério Raimundo
Vereador da C. M. Alcobaça
DECLARAÇÃO n.º9. mandato 05.09
Entregue na reunião de câmara no dia 4 de Dezembro de 2006

Convento de Cós - um projecto a apoiar!

ao ler o projecto preparado e entregue às autoridades competentes, com vista à divulgação do magnifico convento de Cós, senti a necessidade de, aqui, o transcrever, na integra.
acho que, para bem do nosso concelho, devem haver mais projectos e iniciativas como esta:

Bazar das Monjas de Coz
R. Prof. Jose dos Santos Teodoro, 24,
2460 – 396 Coz ◦ Alcobaca ◦ Portugal
Tel. & Fax 262 544 227
bazardasmonjas@gmail.com
www.bazardasmonjas.blogspot.com

Aproveitamento Local do Potencial Turístico do
Convento de Santa Maria de Coz
1. Introdução
Embora sejam conhecidas as condições actuais de degradação da
envolvente do Convento de Santa Maria de Coz, incluindo o que resta dos
dois pisos do dormitório das religiosas, cuja requalificação ansiosamente se
aguarda, o facto é que o edifício correspondente à igreja, sacristia e coro
das monjas constitui, para além do seu valor histórico, um conjunto de rara
beleza e valor patrimonial. Os vários trabalhos de restauro e conservação
levados a efeito pelos sucessivos governos da república, e o zelo da
comunidade católica local no cuidado de tão valioso monumento nacional,
têm permitido valorizar e manter este património, sendo de realçar os
excelentes trabalhos de restauro do cadeiral do coro, bem como do tecto da
nave central do templo.
Actualmente este magnífico conjunto patrimonial encontra-se encerrado ao
público durante a maior parte do ano. As raras visitas ao local acontecem
casuisticamente, em regra fruto da boa vontade da paróquia local, e sem
qualquer acompanhamento qualificado. O Convento não tem horário de
abertura ou de encerramento, e a única certeza que existe em matéria de
horário de funcionamento tem a ver com o calendário das cerimónias
religiosas, designadamente as missas nas manhãs de Domingo.
Durante os dois meses de Verão tem acontecido haver alguém destacado
através do Centro de Emprego de Alcobaça que presta serviços de apoio
aos visitantes, em geral sem um horário bem definido ou apenas, como
sucedeu no ano corrente, apenas da parte da tarde.
A situação descrita afigura-se de todo inaceitável, impeditiva do
desenvolvimento do sector do turismo e nefasta para a economia local e
nacional.
2. O projecto do Bazar das Monjas de Coz
O projecto do Bazar das Monjas de Coz
(www.bazardasmonjas.blogspot.com), da autoria dos arquitectos Maria
José Freire e António Correia de Oliveira, do atelier ArQuia - Arquitectura,
Design e Urbanismo, Lda., da Batalha, teve como principal objectivo o
aproveitamento das potencialidades turísticas oferecidas pelo património
monumental existente na freguesia de Coz, e muito particularmente pelo
Convento de Santa Maria, a segunda peça monumental, pela sua
importância histórica e arquitectónica, existente no Concelho de Alcobaça.
Foram determinantes para a concepção do espaço dois aspectos, ambos
condicionantes da sua viabilidade económica: por um lado a necessária
multifuncionalidade e por outro a sua dependência da procura turística
gerada pelo Convento de Santa Maria de Coz. O projecto não visou desta
forma competir no mercado local da cafetaria e estabelecimentos de
bebidas, nem no da pequena mercearia, embora contemplasse uma loja de
conveniência e um serviço de cafetaria/bar, basicamente destinados a
prover ao primeiro daqueles aspectos condicionantes.
3. O Que nos Propomos Realizar na Perspectiva do
Aproveitamento do Potencial Turístico do Convento
As actividades que nos propomos realizar e que estiveram na base da
concepção do projecto do Bazar das Monjas consistem basicamente em:
3.1. Elaboração de materiais de divulgação sobre o
Convento de Santa Maria de Coz e sobre a vida das
monjas cistercienses, designadamente:
O Convento de Santa Maria de Coz Explicado às Crianças, destinado
ao apoio de visitantes com idades compreendidas entre os 6 e os 14
anos;
Guia do visitante: pequeno guia/itinerário bilingue (Português/Inglês)
para o apoio a visitas guiadas ao Convento
3.2. Apoio à organização de visitas guiadas aos Conventos
de Alcobaça e Coz e promoção de visitas junto de
instituições de ensino superior em Portugal e Espanha
Propomo-nos apoiar a realização de visitas guiadas ao Convento
promovidas pelas entidades interessadas, incluindo as instituições
vocacionadas para o turismo religioso. Da mesma forma, e numa
atitude pró-activa, propomo-nos promover visitas juntos do público
universitário interessado, trazendo ao Convento de Coz tanto aqueles
que desejam aprofundar os seus conhecimentos sobre a vida da ordem
feminina de Cister como os que pretendem ter uma visão integrada da
relação existente com o Convento de Santa Maria de Alcobaça e a
comunidade de frades nele residente.
3.3. Promoção dos produtos relacionados com o artesanato
e a cultura locais
Através da comercialização de produtos típicos de base local e
regional, propomo-nos promover o artesanato e a cultura tradicionais
locais, disponibilizando condições para a venda desses produtos,
designadamente nas instalações já existentes no Bazar das Monjas de
Coz.
4. Externalidades Positivas do Projecto
Em linhas gerais o projecto em que apostámos e em que ainda apostamos
terá para a comunidade e para o Concelho de Alcobaça diversas
externalidades positivas, desde logo através da disponibilidade de recursos
humanos e materiais sem quaisquer encargos para o Estado. Entre outras de
relevo, são de destacar o contributo para a criação local de emprego directo
e indirecto, a prestação de um serviço de qualidade actualmente inexistente
para a comunidade de visitantes e o contributo para o conhecimento e
divulgação do riquíssimo património histórico-cultural do concelho de
Alcobaça.
4.1. O Contributo para a Criação Local de Emprego
O projecto de animação turística com forte ligação à fruição do
património histórico-cultural que nos propusemos e propomos realizar
tem desde logo um impacto social importante. A criação numa primeira
fase de 2 a 4 empregos directos qualificados e o estímulo à criação de
emprego indirecto.
4.2. A Prestação de um Serviço de Qualidade à Comunidade
de Visitantes
Actualmente quem visitar o Convento de Santa Maria de Coz fá-lo-á
sem qualquer acompanhamento qualificado, salvo eventualmente se o
fizer num dos meses de Verão, e abandonará a aldeia de Coz sem
qualquer documento escrito, guia ou lembrança que possa mais tarde
trazer-lhe à memória a visita. Com o projecto do Bazar das Monjas
estamos em condições de poder melhorar este estado de coisas.
4.3. O Contributo para o Conhecimento e Divulgação do
Património Histórico-Cultural do Concelho de Alcobaça
As iniciativas de animação cultural que nos propomos realizar
representam uma mais-valia para o conhecimento e para a divulgação
do património histórico-cultural do concelho de Alcobaça.
5. Do que Necessitamos para Levar por Diante o Nosso
Projecto
A possibilidade de aceder ao Convento para a realização de visitas guiadas,
mediante a posse de uma das suas chaves ou mediante a fixação, pelas
entidades competentes, de um horário fixo de abertura e de encerramento
ao público que cubra a totalidade do ano ou, na pior das hipóteses, os
feriados e fins-de-semana;
A possibilidade de colocarmos uma pequena vitrine, em lugar adequado,
para colocação de lembranças/souvenirs e documentação diversa
relacionada com o Convento de Santa Maria de Coz e com a sua história,
para venda aos visitantes.
Coz, 13 de Novembro de 2006