sábado, dezembro 08, 2007

confissão

chegou altura de fazer um balanço da minha boa vontade: eu sempre fui uma pessoa que acreditava na bondade humana, na lealdade, na fraternidade e, principalmente, nos valores morais.
Hoje, a vida e em especial determinadas pessoas, fizeram-me repensar sobre estes parametros.
se calhar sou eu que estou errada, ou, então, já seremos poucos a pensar que lutar por causas justas, quer elas nos afectem directamente, ou não, é um valor a não perder.
se calhar sou eu que estou errada quando penso que preservar a nossa história nos engrandece no presente e ós dá lições para não cometermos erros no futuro.
se calhar até estou errada quando assumo uma posição e a defendo até ao fim.
se calhar, até estou errada quando, tendo nascido sem "tomates" faço uso dos que a vida me foi dando para defender o que alguns, por interesses pessoais, económicos ou partidários usam para pisar quem não pode, não quer ou não sabe lutar pelo que é justo.

mas, em outubro passado, alguém fez o favor de me acordar e de me mostar que, afinal, os valores morais e éticos em que eu fui educada não existem - ainda não chegou o tgv a alcobaça e estes valores já se foram a toda a velocidade.

Chamaram-me mosquito! - boa! os mosquitos, desculpem a expressão, só andam de roda da merda!
chamaram-me estupida!- boa! - por eu ter acreditado que nem todos se vendem quando os tentam comprar!
Chamaram-me parva! - quando me mostraram que eram contra uma aberração mas só porque alguns terrenos da quinta da serra valiam mais do que fora proposto e bateram com a porta!
chamaram-me ignorante quando disseram que as freguesias que dirigiam não estava à venda e eu acreditei! - bom aí eu ainda acredito! - as freguesias podem não estar à venda mas, quem as dirige não terá colocado um preço apetecivel para se deixar comprar?

Epa, parece que tenho de olhar por cima do ombro para o caso de a pide ter voltado e ninguém nos ter informado!
pronto, lá está este mosquito a colocar-se a jeito da latinha de spray...

e pior, lá fui eu enganada de novo quando acreditei que o nosso presidente de câmara tinha tido um acesso de lucidez e era contra o tgv por o achar prejudicial para os que lhe deram os votos que lhe permitem ter uma vida descansada, farta e a aguardar a reforma choruda que é atribuida aos politicos (ou aos que se servem da politica...). - porra, fui mesmo burra1 afinal o que estava em causa era a tentativa de receber um belo valor de expropriação da quinta da serra (que já tinha sido um investimento aberratório) e de alguns terrenos de turquel que viemos a descobrir até eram de uma das pessoas eleitas para defender a freguesia.

desculpem a minha falta de boas maneiras ao definir este politicos de merda mas não me parece que seja para isto que pagamos impostos!
Eles estão lá porque lhes demos um atestado de competencia para levar para a frente os destinos do nosso concelho e da nossa freguesia, não foi para usarem o poder para limpar a merda que vão fazendo.

meus senhores, sejam sérios - parem sde andar de bons mercedes com motorista, jeeps para passear os filhos, telemóveis para uso pessoal cujas chamadas são pagas por todos nós e, principalmente - NÃO PONHAM O RABO DE FORA QUANDO É PARA SE JUNTAREM AO POVO E LUTAR PELOS SEUS DIREITOS!

lembram-se destas declarações do presidente de junta de Turquel?

“Fala-se disto desde 2003 e os presidentes de junta nunca foram ouvidos!
A CMA não deu satisfações!
Das 11 câmaras envolvidas, a de Alcobaça, agora diz que não, e nisso eu estou solidário com ela, mas… continua a faltar informação.
Eu não vou a RAVE vender a minha freguesia!
E a primeira vez que os presidentes de junta estão unidos mas
a vitoria nesta luta só se consegue com a união e a luta do povo.
Temos de mostrar ao governo que nos não estamos a venda!
Desta vez tem de ser diferente! o povo já deveria ter tido reacção em relação a outros assuntos e manteve se calado
Isto e um atentado e um crime contra o concelho como nunca vi antes!
E altura de dizer ao município de Alcobaça que tem de fazer alguma coisa, já que tem andado a dormir!
Eu não me interessam partidos o que eu fiz foi um juramento a bandeira nacional e tenho de trabalhar e dar a cara por e para quem me elegeu!
Temos de dizer claro que tudo isto e uma invasão de propriedade privada e um desrespeito por todos nos!
Nos os presidentes de junta não temos andado a dormir.
Chamem/me atrasado, se quiserem, por ser anti/tgv mas eu tenho problemas mais importantes para resolver na minha freguesia!”

ora lá vou eu ser politicamente incorrecta mas politicamente verdadeira, até porque, eu nunca fiz nenhum juramento á bandeira nacional (que suponho ser, ainda, a mesma, sob a qual o sr José Diogo fez juramento!) mas percorrendo o meu dia-a-dia com valores morais e éticos, independentemente do que me seja prometido.

E quero deixar, aqui, bem claro que tudo o que eu escrever sobre este assunto é resultado da minha opinião como cidadã, tomando sózinha as responsabilidades deste texto.

  1. depois de os presidentes de junta terem pedido para serem ouvidos pela Rave esta decidiu (não sei se terá mesmo sido esta entidade a propor isto) que iria ouvir os presidentes de junta em separado. No mesmo dia ouviu a Benedita e Turquel e uma outra junta que eu nem sabia que existia - a freguesia da comissão anti-tvg, cujo presidente parece ser o sr Bruno Letra (um rapaz simpático que tem medo da passagem do tgv porque isso lhe vai colocar a sogra dentro de casa - estamos a usar uma ironia do próprio)
  2. depois de prestar estas declarações que acima transcrevemos, José Diogo, presidente da junta de Turquel, foi recebido pela Rave e a sua postura mudou radicalmente - recusa-se a atender elementos de Aljubarrota, recusa-se a participar em qualquer luta até dia 24 de Dezembro (data limite para apresentação do parecer final sobre os traçados) e até se dá ao luxo de dizer publicamente que está contra as lutas desenvolvidas pelos habitantes de Aljubarrota.

Boa Senhor presidente! - Aljubarrota não faz parte do país que eleva a bandeira sob a qual o senhor fez um juramento de fidelidade?

A bandeira espanhola tem agora mais valor do que a portuguesa?

onde está o homem que pediu à população para estar do lado dos presidentes de junta contra a passagem do TGV?

onde está o homem que nos alertou para o facto de a rave estar a tentar separar as populações das mais diversas freguesias para semear a discórdia e conseguir os seus intentos?

onde está o homem que disse que não se iam vender as freguesias? Foi uma questão de verba? Foi uma questão de só se ser solidário enquanto o seu quintal e o da Benedita estivessem a arder? ou foi uma questão de ter conseguido valorizar bastante os vossos quintais?

De quem são grande parte dos terrenos e casas que, na região da Benedita e Turquel virão a ser atravessados pelo Tgv?

O senhor, que se intitula um homem de coragem, quereá vir a público responder a estas questões que lhe coloco?

Sabe senhor presidente, ao contrário do que se passa, quer com o senhor, quer com a comissão anti-tgv da benedita - NÓS CÁ POR ALJUBARROTA NÃO SOMOS POLITICOS NEM ESTAMOS NESTA LUTA PARA SUBIR DE POSTO NEM PARA TENTAR MANTER OS QUE TEMOS - SÓ NÃO QUEREMOS TER O TVG JUNTO ÁS NOSSAS JANELAS, NÃO QUEREMOS QUE O AMBIENTE E A QUALIDADE DE VIDA SE VÃO COM AS VIAGENS DO TGV, NÃO QUEREMOS DESTRUIR PATRIMÓNIO HISTÓRICO, ARQUEOLÓGICO E AMBIENTAL, QUEREMOS MANTER SAÚDE FISICA E PSICOLÓGICA, QUEREMOS TER AS FAMILIAS UNIDAS, QUEREMOS O VERDE DOS NOSSOS CAMPOS.

NÓS SIM, NÃO NOS VENDEMOS NEM NOS COMPRAMOS PORQUE A RAZÃO E OS VALORES ÉTICOS E MORAIS ESTÃO DO NOSSO LADO.

E, JÁ AGORA UM ÚLTIMO RECADO: Não vale a pena usar golpes tão velhos como "eles são comunistas" - as populações em luta serão, decerto, comunistas, socialistas, sociais-democratas, democatas-cristãos - tudo a que a constituição da Républica lhe concede por direito! - mas isso nas suas convicções pessoais (que até lhe deram uns votozinhos para o senhor estar, hoje, na posição em que está!) mas não é disso que aqui se trata - AQUI A ÚNICA BANDEIRA É A DO NÃO AO TVG POR ALCOBAÇA! - ENTENDEU A MENSAGEM?

o MOSQUITO:

Lúcia Duarte

Movimento anti-TGV vende casas e aldeias

“Vende-se casas, empresas, lugares, aldeias, freguesias no concelho de Alcobaça”, dizem vários cartazes espalhados por diversos locais da região, em particular ao longo do IC2, num trajecto que vai da Venda das Raparigas, em Rio Maior, até São Jorge, no concelho de Porto de Mós.
É a última acção do movimento anti-TGV que, de forma humorística, está a lançar mais um campanha contra o traçado do comboio de alta velocidade que atravessa oito freguesias do concelho de Alcobaça.
“É mais um forma de luta e de protesto”, disse ao REGIÃO DE LEIRIA o porta-voz do movimento, Bruno Letra, da Benedita.
A campanha tem por base o impacte negativo sobre as construções já edificadas que seriam afectadas pela passagem do TGV e é constituído por vários cartazes e faixas, que se propõem vender todo o tipo de imóveis no concelho.
O motivo, lê-se nos cartazes, é a “passagem do TGV” e os contactos remetem os interessados para os números de telefone da Rede Ferroviária de Alta Velocidade (RAVE), em Lisboa.
Entretanto, o movimento continua à espera de ser recebido em audiência pelos deputados na Assembleia da República eleitos pelo distrito de Leiria, aos quais já foram enviados os respectivos pedidos.
“Não queremos prejudicar Leiria”, frisa Bruno Letra, defendendo a possibilidade de haver sempre uma estação na região, que poderia ficar situada entre Fátima e a capital do distrito, numa referência ao traçado a leste das serras de Aire e Candeeiros.
A avaliar pelas declarações dos responsáveis pelos órgãos autárquicos de Alcobaça, esta poderá ser uma luta para muito tempo, já que o chefe do executivo municipal, Gonçalves Sapinho, diz estar na disposição de levar a contestação aos ministros do Ambiente e das Obras Públicas, ao Parlamento Europeu, à Comissão Europeia e aos tribunais.
Texto deArtur Ledesma

http://www.regiaodeleiria.pt

Luta contra TGV faz nascer novo movimento em Alcobaça

O recém-criado movimento “Amigos da Terra por Amor à Camisola” (ATAC) convocou para hoje, às 18h30, uma manifestação de automóveis em marcha lenta.
O objectivo, segundo os promotores, é “defender o nosso meio ambiente, o nosso património arqueológico e histórico, as nossas habitações, a nossa paz, a nossa qualidade de vida e as nossas gentes” contra a passagem do comboio de alta velocidade (TGV) no concelho de Alcobaça.
A iniciativa já não é inédita, já que a primeira acção de protesto que utilizou a mesma forma foi o movimento Anti-TGV, no passado dia 21 de Setembro.
Criado recentemente, o movimento ATAC é composto pelos moradores das freguesias de Prazeres e São Vicente de Aljubarrota.
O início da manifestação está marcado para as 18h30, e um dos locais da concentração é o largo do campo de futebol, em S. Vicente de Aljubarrota.
De Évora de Alcobaça, junto ao IC2, outro dos locais da concentração, sai outra manifestação que passa por Casais de Santa Teresa e Aljubarrota até à Câmara Municipal, local onde os promotores serão recebidos pelo chefe do executivo, Gonçalves Sapinho, pelo presidente da Associação para a Defesa e Valorização Cultural da Região de Alcobaça (ADEPA) Carlos Mendonça, e pelo engenheiro do ambiente, Valdemar Rodrigues.
Segundo a convocatória da marcha lenta, a “manifestação será de todas as freguesias atingidas e da população do concelho de Alcobaça em geral”.
No entanto, o REGIÃO DE LEIRIA apurou junto do movimento Anti-TGV, com sede na Benedita, que aquela estrutura é alheia a esta iniciativa e que as freguesias de Turquel e Benedita não estarão nesta iniciativa.
O porta-voz do movimento Anti-TGV, Bruno Letra, disse que o movimento tem uma estratégia delineada que vai manter e que, de momento, estão apenas agendados encontros com deputados na Assembleia da República.