“Vende-se casas, empresas, lugares, aldeias, freguesias no concelho de Alcobaça”, dizem vários cartazes espalhados por diversos locais da região, em particular ao longo do IC2, num trajecto que vai da Venda das Raparigas, em Rio Maior, até São Jorge, no concelho de Porto de Mós. É a última acção do movimento anti-TGV que, de forma humorística, está a lançar mais um campanha contra o traçado do comboio de alta velocidade que atravessa oito freguesias do concelho de Alcobaça. “É mais um forma de luta e de protesto”, disse ao REGIÃO DE LEIRIA o porta-voz do movimento, Bruno Letra, da Benedita. A campanha tem por base o impacte negativo sobre as construções já edificadas que seriam afectadas pela passagem do TGV e é constituído por vários cartazes e faixas, que se propõem vender todo o tipo de imóveis no concelho. O motivo, lê-se nos cartazes, é a “passagem do TGV” e os contactos remetem os interessados para os números de telefone da Rede Ferroviária de Alta Velocidade (RAVE), em Lisboa. Entretanto, o movimento continua à espera de ser recebido em audiência pelos deputados na Assembleia da República eleitos pelo distrito de Leiria, aos quais já foram enviados os respectivos pedidos. “Não queremos prejudicar Leiria”, frisa Bruno Letra, defendendo a possibilidade de haver sempre uma estação na região, que poderia ficar situada entre Fátima e a capital do distrito, numa referência ao traçado a leste das serras de Aire e Candeeiros. A avaliar pelas declarações dos responsáveis pelos órgãos autárquicos de Alcobaça, esta poderá ser uma luta para muito tempo, já que o chefe do executivo municipal, Gonçalves Sapinho, diz estar na disposição de levar a contestação aos ministros do Ambiente e das Obras Públicas, ao Parlamento Europeu, à Comissão Europeia e aos tribunais. |
Texto deArtur Ledesma |
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