o artigo que abaixo transcrevo é da autoria do vereador da Cdu e a transcrição foi devidamente autorizada pelo autor:
O nosso edifício dos Paços do Concelho está bonito mas falta-lhe o elevador que esteve esboçado em 1999. Não podemos continuar a aceitar, por exemplo, que as pessoas deficientes ou pessoas idosas tenham que subir escadas para atingir o gabinete de Acção Social ou para irem à secção de taxas ou para tratarem doutro assunto qualquer. A Câmara dá um mau exemplo ao não encontrar soluções que estão estudadas e que vençam as chamadas barreiras arquitectónicas.
Inaugurámos, há 2 anos, a Adães Bermudes, com projecto do Arquitecto Manuel Ferro, que até está a concorrer a concurso nacional... Estou lá vários dias da semana, para verificar como não resolvemos o problema da mobilidade dos espaços. A entrada é feita por escadas e é impossível vencê-las sem haver um espectáculo indecoroso para quem tem que se movimentar em cadeira de rodas. Lembrei-me dos discursos políticos e dos respectivos compromissos do ano de 2004, que foi designado por “ano europeu da pessoa deficiente”. Lembrei-me duma declaração emotiva do referido Arquitecto, então, Chefe de Divisão de Obras particulares e agora, com mais responsabilidades - Director de departamento. A solução de entrada pelo portão não está em actividade. A entrada é feita, apenas, por escadas para quem quer ler ou utilizar os computadores, ir à CPCJ ou à rede social. O auditório tem escadaria…
Em 20 de Agosto de 2005 inauguraram a obra da zona envolvente ao Mosteiro. Quantas vezes alertei para esta temática desde que o 1º projecto foi apresentado em câmara?
Voltei aos meus escritos e recordei que, no dia 17.10.2003, aparece finalmente, a câmara a organizar algo inserido no dito ano europeu. No colóquio, o Dr. Gonçalves Sapinho participou, apenas, na sessão de abertura, fez autocrítica e voltou a comprometer-se: para o ano de 2004. Assegurou que se iam dar passos significativos.
Destaquei, então, do interessante colóquio:
1. A pessoa deficiente está consciente que não está só nesta luta
contra as barreiras arquitectónicas. Perceberam que têm os idosos (que felizmente vivem mais tempo), os doentes com problemas específicos e até pessoas saudáveis que temporariamente vivem estas dificuldades.
2. A autocrítica do Arq. Manuel Ferro que reconheceu publicamente
que não estava sensibilizado para esta frente. O antes do convite e pós convite com toda a investigação que fez para produzir o texto que leu.
3. A lentidão no despacho da Comissão de trânsito a um ofício do
CEERIA para criar um lugar de estacionamento para deficientes junto da Biblioteca.
4. As imagens da viagem de um alcobacense deficiente às praias, às
piscinas, passeios e edifícios públicos do nosso concelho...
Recordo porque é preciso ter memória e para acrescentar à lista da falta de eficácia da Câmara liderada pelo Dr. Gonçalves Sapinho... Aprovada, por unanimidade, uma proposta da CDU na reunião do dia 30.11.1998. Vou transcrevê-la:
Na próxima 5ª fª, dia 3 Dez., assinala-se o Dia Internacional dos Deficientes. Os seus problemas estarão na ordem do dia. Também pode ler-se o art. 15º da Declaração Europeia do Direito à Cidade (que anexei em recado na mesma reunião de 1998...)
A solidariedade do poder local para com quem está com incapacidades deve estar sempre na ordem do dia.
Proponho que a câmara delibere, hoje, que os respectivos serviços sejam mobilizados para:
- rampearem alguns lancis junto às passadeiras;
- que este trabalho seja metodicamente preparado, de forma a que, até final
de Março de 1999, todos os lancis do concelho, junto a passadeiras, estejam com uma parte rampeada;
- a reflexão e elaboração de propostas concretas, de forma a sensibilizar os
Projectistas particulares e da câmara a não esquecerem o objectivo do anular sistemático das barreiras arquitectónicas, que excluem alguns cidadãos do fraterno convívio em quase todos os lugares públicos.
O Presidente Sapinho ou o vereador das obras municipais deveria fazer um passeio com uma pessoa sua amiga, que tenha de circular com uma cadeira de rodas, quer nas envolventes do Mosteiro ou do cine-teatro quer no acesso a este edifico dos Paços do concelho ou da ex-escola Adães Bermudes. A lei 123/97 foi alterada recentemente. Mantém os princípios essenciais que devemos acelerar o seu cumprimento. Muito está para fazer, nomeadamente para os edifícios/espaços públicos. Alcobaça não pode continuar a ser um mau exemplo neste campo!
Rogério Raimundo
Vereador da C. M. Alcobaça
DECLARAÇÃO n.º9. mandato 05.09
Entregue na reunião de câmara no dia 4 de Dezembro de 2006
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1 comentário:
Este é um bom tema e que tenho alertado, em quase todos os meus comentários, sobre o espaço urbano. Tanto Alcobaça como S. Martinho estão fora da lei neste ambito.Como estão todas as capitais de freguesia. Edificios publicos e privados são uma lastima bem como a rua e os jardins...lembra-se o que lhe disse, faz bastante tempo, sobre a Escola Adão Bermudes?
cordialmente
Antonio delgado
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