terça-feira, maio 20, 2008

Casa do Ceramista vai para a Rafael Bordalo Pinheiro

12-05-2008 :: Paulo Pinto

Caldas da Rainha

O executivo municipal das Caldas da Rainha aprovou, na sessão desta segunda-feira, a compra de “metade das instalações da Fábrica de Faianças Bordalo Pinheiro, por 900 mil euros”, revelou Fernando Costa, presidente da Câmara, em conferência de imprensa na tarde passada, onde anunciou a criação da “Casa dos Ceramistas”.

“Entendemos que em vez de um hotel aquele espaço tinha condições para ser um projecto cultural para artistas da cerâmica caldense, e, ao mesmo tempo, como oficina, local de trabalho e de ensino, na área da cerâmica”, justificou.

A autarquia está ainda em negociações, no sentido de conseguir que, partes importantes do espólio, como moldes, madres, desenhos e peças mais características de Bordalo Pinheiro, “fiquem livres de qualquer alienação no futuro e possam ficar para sempre na cidade”, garantiu o presidente da Câmara.

O espaço da Fábrica de Faianças Boldalo Pinheiro ronda os dez mil metros quadrados e os proprietários queriam alienar cinco mil metros, onde há uma parte com um edifício de escritórios, com cerca de mil metros quadrados, que a autarquia decidiu ontem adquirir.

A decisão do executivo municipal foi aprovada “por unanimidade” e carece agora de ratificação, numa próxima assembleia municipal.

Este artigo foi retirado do Jornal Oeste Online (e foi-me enviado, amavelmente pelo Rogério)

Se há coisas que não se entendem, a falta de visão da Câmara municipal de Alcobaça em relação à importância da cerâmica, no nosso concelho é uma delas.
Senão vejamos:
Gasta-se imenso dinheiro para contratar o Luis de Matos para promover a imagem do mosteiro - disparate - pois o mosteiro promove-se a si próprio, quer pela sua história, quer pela divulgação feita pelos seus visitantes.
A promoção do mosteiro deveria estar a cargo, exclusivamente do Igespar, uma vez que é este orgão que gere as receitas do monumento.
Em contrapartida, a fábrica de cerâmica Raul da Bernarda, uma das mais antigas do nosso concelho, numa época de grande crise e com centenas de trabalhadores numa situação muito melindrosa e grave, não tem sequer uma palavra de conforto da parte da autarquia.
Para o Luis de Matos sairam mais 180 mil euros e para ajudar estas familias que, durante anos, contribuiram com impostos para que pudesse, hoje, esbanjar este dinheirito?
Pena que a câmara de Alcobaça não consiga ver para além dos campos de golfe, das magias e da Quinta da Serra.

Talvez, se deixassem de ser egocêntricos e arrogantes, conseguissem ver na "Raul da Bernarda" o que Caldas viu na "Bordalo Pinheiro", isto, claro, quando soubessem distinguir uma vaso chinês de um pote de Alcobaça....

2 comentários:

Alcobacense disse...

Lúcia, sou muito sincero, e tb não gostaria de ver o dinheiro dos meus impostos a ir para a RB. Não que tenha alguma coisa contra e até estou solidário com os seus trabalhadores.

É necessário é perceber o porquê de a RB estar na situação em que está... A CMA não tem que salvar casos de má gestão, não tem que ser a escapatória para os problemas criados por menininhos ricos que tiraram tudo da empresa para as suas luxuosas vidinhas.

Por causa dos luxos e erros dos outros não tenho de ser eu a pagar!

Lúcia Duarte disse...

pois mas paga. e bem!
nem vou enumerar o que pagamos com os nossos impostos e por razoes menos nobres.
vou tentar explicar o meu ponto de vista:
alcobaça tem sido, por tradiçao, uma terra de ceramica. esta actividade tem sido uma das principais na economia do concelho.
seria, no meu modesto entender, m bom espaço para uma escola de artes com especial dedicação à ceramica.
por outro lado, a compra do espaço poderia ser negociada de forma a que o dinheiro servisse para ajudar os trabalhadores que, depois de terem dedicado uma vida inteira a empresa, nao saissem em tao mal situaçao por causa desses meninos bonitos que ja desviaram o dinheirito
abraço