domingo, dezembro 17, 2006

a saber...

Deambulatório

O Deambulatório é uma obra complexa, a sua estrutura interior - o presbitério, propriamente dito - articula-se com a nave por intermédio de duas paredes opostas, rectas, marcadas por dois pilares nos extremos e de cada lado; oito colunas de grande diâmetro e robustez com capitéis de cesto troncocónico côncavo e ornamentação vegetalista muito simplificada, sustentam arcos quebrados muito aperaltados; a abóbada, nervurada e ligeira, parte de meias colunas cuja raiz se situa acima daqueles capitéis. A parte exterior do Deambulatório é dotada de uma abóbada mais pesada e de acordo com os sistemas mais simples utilizados no restante edificio.

Dormitório

O Dormitório dos monges é constituído por três naves e onze tramos acrescidos de mais dois no topo que ocupa o andar superior.

Ao fundo aínda existe um pouco de uma escada que se prolongava até à igreja onde eles iam durante a noite de duas em duas horas rezar.

Sala do Capítulo

A sala do Capítulo, uma das dependências mais importantes na hierarquia funcional da Abadia, reporta-se a um período em que o templo já existia - meados do século XIII - e revela um estado mais avançado dos trabalhos sendo estruturada por quatro pilares centrais, com seis colunas enfeixadas, capitéis de cesto mais alto ornados com temas vegetalistas com «crochets» em dois andares, de onde partem radialmente as nervuras de secção mais complexa com duplo toro boleado.

A sala do capítulo é onde o monge mais importante lia um livro onde estava escrito como devia de ser o comportamento dos monges dentro do mosteiro

Claustro de D. Dinis

O Claustro de D. Dinis constituído por dois registos com quatro alas de tramos marcados por contrafortes de andares. No registo inferior arcada rebaixada contendo arcos plenos, tribolados, e quebrados, sobre colunas grupadas com capitéis vegetalistas, encimados por óculos; galerias abobadadas com cruzarias de ogivas apoiadas em mísulas. O registo superior abre para a quadra por arcos plenos duplos e triplos sobre colunas assentes no parapeito.

Claustro de D. Afonso VI

O Claustro de D. Afonso VI tem dois andares, uma sala rectangular procedida por galeria com cinco arcos e duas salas abobadadas em aresta.

O interior do edifício demonstra a existência de um gótico avançado, o exterior do edifício exprime a austeridade cisterciense, neste caso orientada para objectivos mais pragmáticos. De facto, como aconselhava a regra, não existem torres, e as fachadas, nomeadamente o frontispício possuía apenas uma parede lisa com empena triangular. As paredes são contrafortadas, exceptuando a cabeceira, na qual surgem pela primeira vez arcobotantes na arquitectura portuguesa. A coroação do templo, pelo exterior, é composta por merlões com topo biselado dos dois lados, sobre um parapeito que descansa numa fiada de modilhões. Esta característica confere ao conjunto uma solidez militar um ar de fortaleza.

Estes e outros aspectos poderão desmentir a escassa influência do Mosteiro de Alcobaça na história da arquitectura portuguesa. De facto, o monumento tem sido sempre encarado como uma excepção no quadro do modo gótico produzido em Portugal como uma peça única e experimental sem antecedentes nem descendentes.

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