domingo, dezembro 31, 2006

Vamos votar no mosteiro de Alcobaça!

Como já todos sabemos, estamos entre as "21 mais" dentro de tantas maravilhas que temos em Portugal.
Agora, temos a hipótese de ser umas das "7 mais".
Para isso, contamos com o seu voto.
não custa nada, basta clicar no link que vos dou, inscrever-se e votar.
è com muito orgulho que estamos entre as mais belas maravilhas de Portugal e temos de aproveitar este facto para, não só mostrármos o nosso belissimo mosteiro a todo o país, como isso nos pode trazer mais-valias a nivel turistico.
há que arregaçar as mangas e votar : www.7maravilhas.pt.
Por outro lado, acho importante que todos saibam a história (embora resumida) do nosso mosteiro.
Um bom texto, no meu entender, foi o que apareceu no jornal Tinta Fresca, assinado pelo director do Mosteiro de Alcobaça, o dr Rui Rasquilho, que, aqui, vos transcrevo:


O Papa Alexandre III apreciou que o Duque Afonso tivesse oferecido 44.000 hectares do pequeno território português a Bernardo de Claraval.

Por carta de doação de 8 de Abril de 1153, Afonso I e sua mulher entregaram à Ordem de Cister, poucos meses antes da Morte de São Bernardo, um largo território entre a Serra de Candeeiros e o Atlântico que se tornaram nos Coutos do Mosteiro de Alcobaça.

O Sumo Pontífice apreciou o gesto que colocava gente cristã no caminho dos árabes e berberes muçulmanos consolidando o território a norte do Tejo.

Afonso será reconhecido como Rei e Portugal como Reino pela bula Manifestis Probatum de 23 de Maio de 1179 e o Mosteiro foi sendo construído durante gerações de Reis de Portugal até ter a sua área Medieval construída no tempo de Afonso IV, na segunda metade do século XIV.

Envolvido desde sempre na política do Reino, o Mosteiro chegou ao século XXI firme, embora com algumas rugas que os homens lhe foram pondo.

Em 1223, a igreja é consagrada.

Em 1269, criaram-se pela mão de Frei Estêvão Martins, os estudos monásticos.

Em 1288, o Abade de Alcobaça e o Prior de Coimbra propõem ao Papa Nicolau IV, a criação dos Estudos Gerais.

Em 1309, D. Dinis manda edificar o actual claustro e o refeitório.

Em 1360, D Pedro I determina a construção das arcas fúnebres de D. Inês e sua própria, peças notáveis da tumulária medieval. Tão belas são essas esculturas que contam a vida dos amantes, dos seus santos e da sua religião.

No tempo do Abade Ornelas, D. João I é ajudado em Aljubarrota e pernoita, depois da vitória, em Alcobaça, aí assistindo às cerimónias do dia de São Bernardo.

D. Sebastião, menino correu pelo claustro do Palácio Abacial mandado construir por seu tio D. Henrique, último rei antes da monarquia dual.

D. Maria I e toda a família passam cinco dias em Alcobaça, em 1786. O tombo do reino aqui esteve durante séculos.

O edifício do Mosteiro guarda ainda soluções e técnicas do período românico, mas é um esplendor gótico que se nos oferece ao prazer dos sentidos.

Os arcobotantes da cabeceira e as naves laterais erguendo-se à altura da nave central estabilizaram o imenso corpo da igreja monástica.

Ao longo de sete séculos, os monges de Cister, construíram do nada, um edifício de dimensões invulgares, povoaram um território e desenvolveram nele um modelo de economia agro-pecuária jamais visto em Portugal transformando servos em agricultores e pastores. Ajudaram a fundar vilas e povoações, escreveram uma notável biblioteca e foram fiéis depositários dos documentos régios essenciais.

A arte da escultura em terracota preencheu a vida artística do Mosteiro nos séculos XVII e XVIII, dela ainda se guardam o retábulo da morte de São Bernardo, as estátuas dos reis de Portugal até D. José e recém-restaurada Capela-Relicário da Sacristia Nova.

A cozinha foi erguida no século XVIII, no lugar do local onde trabalharam durante a Idade Média os copistas. Utilizou-se o ferro fundido como suporte da enorme chaminé central, provavelmente pela primeira vez na construção civil.

Não teriam fim as indicações sobre St.ª Maria de Alcobaça em campos tão diversos quanto os da cultura, da história da arte, da construção civil, da história religiosa e política da região e do país.

Estas são algumas das razões que devem levar os portugueses a considerar o Mosteiro de Alcobaça como prioritário na votação das sete maravilhas de Portugal.

Santa Maria de Alcobaça é um ícone de Portugal, não tenha dúvidas, vote nele (www.7maravilhas.pt ).

Rui Rasquilho
Director do Mosteiro de Alcobaça

4 comentários:

Anónimo disse...

Parabéns pelo incentivo às Maravilhas de Portugal, neste caso, ao Mosteiro de Alcobaça.

Até breve

Lúcia Duarte disse...

obrigado! vamos fazendo o que podemos para divulgar Alcobaça. sabe, adoptei a terra pela riqueza de paisagens, de patrimonio cultural e de um ar de historia que se respira em cada monumento
É DE FACTO, UMA TERRA CHEIA DE POTENCIAL!

ANTONIO DELGADO disse...

“ A minha aldeia era um pequeno lugar muito acolhedor que tinha como característica um idioma que se falava com o coração, apesar de ter muitas palavras e serem diferentes entre si todas eram sinónimas de Liberdade, Igualdade e Fraternidade, não é que fosse limitado o seu léxico ou o seu sistema de convivência social. A razão era que todos estavam unidos entre si como que por uma corda e o que acontecesse a um, invariavelmente influía nos outros. Socialmente organizavam-se deste modo: Todas as mulheres da minha aldeia eram minhas mães e mães das outras crianças e todos os homens eram meus pais e pais de todas as outras crianças. Todas as crianças eram minhas irmãs e filhos de meu pai e da minha mãe e de todos os homens e mulheres da minha aldeia. Como os nossos pais e os nossos avós já tinham tido esta cultura fraterna eram os depositários da sua transmissão, por isso todos estávamos irmanados como numa família e se algum faltasse todos sentíamos a sua ausência ou esperávamos com alegria a sua chegada. Era assim a razão de existir naquele pequeno lugar, que era a minha aldeia. Por contraste só na cidade compreendi os ensinamentos deste lugar, e como era diferente aquele idioma que se falava com o coração, onde as palavras coincidiam com o seu significado tal como vêm nos dicionários”.

Desejos AO BLOG COMENTAR A NOSSA TERRA E À SUA AUTORA um excelente 2007, do blog ECOS E COMENTÁRIOS e que o mundo possa ser REALMENTE o da minha infância.

Parabens pelos seu incentivo para que o nosso património possa ter a honra que merece

Cordialmente

José Alberto Vasco disse...

É pena que os incentivos a essa votação no Mosteiro de Alcobaça continuem a ser tão isolados e pouco significativos. E o texto de Rui Rasquilho também saiba a pouco...